segunda-feira, 25 de maio de 2009

Retorno


Com a brisa fresca do vento suavemente cortando meu rosto.
Os olhos brilhando diante as poucas estrelas no céu,
A lua esplendorosa em sua fase crescente
Luzes pela cidade. Vazio no meu coração.
Sinto pesar pela humanidade, pela humanidade que falta à humanidade
Isso é inexplicável...
Coisas que somente nós humanos, que pensamos somos capazes de fazer, de tamanha crueldade. Estranho que podemos fazer de maravilhas a horrores ao mesmo tempo.
Como diz Aristóteles: ‘Com as mesmas letras se pode compor uma tragédia ou uma comédia’.
E só nos mesmos podemos fazer essa escolha.
Razoavelmente me pergunto se fazemos as escolhas... às vezes achamos que sim. Mas acredito que na maioria das vezes, adiamos as escolhas para nos sentirmos mais seguros. E assim, esperamos que outros tomem as decisões certas para que nossa responsabilidade seja menor e nos sentirmos menos culpados ou menos inúteis.
Meus olhos doem, tenho náuseas às vezes... muito disso ao sentimento que sustento pela humanidade prosaica. Desarmoniozamente arcaica e ordinária.
Sinto-me horrivelmente cúmplice dessas atrocidades, porque só sou capaz de chorar e desligar minha televisão e de fingir de que isso não acontece no meu mundo... e fico me questionando, se podemos gerar a vida, ter a maravilhosa presença de crianças felizes, porque outras a tiram, de maneira tão abominável e atroz. Não consigo achar palavras para descrever minha repulsa por tudo isso, não consigo pensar continuar a viver nesse mundo.
Como pode alguém destruir a beleza de uma delicada flor, uma modesta árvore, um ingênuo animal. Como podemos ser capazes disso tudo... e por que, para que?
Até onde vamos ter que ir para que tudo isso acabe? Será que vamos ter que nos destruir, nos ferir mais ainda?
Até quando!? Por que!? Para que!?