segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Comida, sabores e loucuras..

Ontem comi uma banana e me surpreendi com seu sabor, tinha gosto de banana, que estranho! Indaguei sobre sua origem, a casa da minha irmã!!! Não era dessas bananas cheias de agrotóxicos com gosto de nada. Aliás, os sabores industrializados são simplesmente inacreditáveis, batata frita com sabor de champagne. Nada menos que champagne!!! Será que tem teor alcoólico? O pior é que eu experimentei, por conta da “lombriga” nada solitária da minha outra irmã, presa fácil para as armadilhas coloridas da publicidade, a batata tinha um leve cheiro de champagne, mas o sabor era de batata engordurada, de champagne não tinha nada.

Engraçado falar assim, afinal eu faço parte do mundo, mas eu sou do tempo que batata tinha gosto de batata. Champagne, aliás, espumante era uma bebida, fermentada de maça,que nós brasileiros conhecemos por cidra e que tomamos apenas no final do ano.

Final do ano! O qual parece mexer tanto com a cabeça das pessoas que há um simbolismo alimentício tão exagerado, tão fanático, tão insano que dezembro chega a ser o mês de maior faturamento, diga-se 3, 4 vezes mais, de qualquer estabelecimento comercial, inclusive as drogarias, afinal haja anti-ácido para conter os ácidos enlouquecidos do estômago, de tanta comida gordurosa que se enfia goela abaixo, fora os boldos ou analgésicos depois de altas doses de coquetéis alcoólicos. Nem vou levar em conta a quantidade de acidentes automobilísticos e brigas de vizinho que resultam em hospitais e necrotérios lotados.

Voltando às barrigas empanturradas, não consigo entender porque tudo se resume a comer e consumir no final do ano. O filme “Os Sem Floresta” faz uma crítica bem pesada com relação a essa loucura de viver para comer, principalmente essa comida norte-americana industrializada, ressecada e plastificadas, onde compramos isopor com aroma de qualquer coisa e gerando um absurdo de lixo por 45 gramas de “comida”. Isso é doentio e na verdade as conseqüências são as inúmeras doenças, 60% delas ligadas aos nossos hábitos alimentares.

A velha máxima: “você é aquilo que come” é tão verdadeira quanto a indecência de sacrificarmos milhares de animais diferentes para podermos saciar nosso gosto insaciável pelo exótico, porque jamais estaremos satisfeitos, sempre buscamos mais e mais. A excepcional dificuldade dessa curiosidade sem fim é que somos mais de seis bilhões de indivíduos, perto de ser uma peste predatória ao mundo.

Assim não dá, tô de saco cheio!!!!

02/12/2007

sábado, 21 de julho de 2007

Humanos?!?

Direitas e esquerdas, percursos confusos dentro de uma direção certa.

Abusos de inconseqüências e autoridades não reconhecidas. Palavras em vão, invocações profanas. Falsos moralismos. Inocências maliciosas. Caluniosas correlações entre ignorâncias desmedidas.

Verdades confiantes na sua própria mentira. Emboscadas morais perniciosas. Devotos hereges, presos em sua própria armadilha de salvação. Palavras vãs e juramentos vazios. Mentes devaneadas de anseios furtivos.

Luares e pores-do-sol perdidos na estupidez da afobação sem direção, da vida sem definição do consumo inconseqüente. Seres humanos.

Humanos em sua contradição com o sentimento e sensação vã que sua humanidade lhe impõe. Censuras e apreensão exacerbadas no conceito alheio e falta de personalidade, falta de altivez. A aceitação alheia é a que mais convém. O espaço público usado para atrair atenção e o pior é não saber o que fazer com essa atenção. Vãos e furtivos alvos mundanos, cheios de má querência e desatino. Seres humanos.

Em que percepções acham que são humanos? Em que delírios se sentem superiores, em que sua inteligência pode lhe fazer sentir melhor? É tão ordinário como qualquer vil ser vivo que nasce e passa por um processo de existência, longo ou curto e só tem um destino certo, a morte। Acha que pode superar sua barbárie progênie, mas o mundo que cria é tão ilusório quanto sua própria esperteza que o faz o mais banal dos seres vivos, o único que acaba com sua própria casta e não tem um sentido e uma função sensatos no cosmo.

Tô de saco cheio!

05 de maio de 07


quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Violência X Conivência

Alexandre Garcia fez um comentário pertinente no dia 14/02/07, no programa da Ana Maria Braga e no Bom Dia Brasil no dia 12/02/07, só que em horários onde uma significativa porcentagem da população que assiste TV não está assistindo. Pergunto-me porque seu comentário não foi exibido para os telespectadores Homer Simpson (Jornal Nacional – reportagem Carta Capital).

Toda vez que acontecerem barbaridades que a mídia dá enfoque ouvimos as mesmas explanações e a um ano atrás, quantos não foram as promessas dos nossos parlamentares em “mudar” a lei, endurecer, “pero perder la ternura jamais”, acho que o discurso de Che é levado a sério pelos nossos políticos. Engraçado que eu não ouvi um comentário sequer da Comissão dos Direitos Humanos irem defender o direito à vida que aquele menino perdeu. Eu como mãe, não consigo imaginar a insuportável dor que aquela senhora está tendo, e todas as mães que perdem seus filhos de maneira asquerosa para os criminosos. E o que a gente faz? Passa uma semana e vamos então nos preocupar com a única coisa que estará acontecendo no País do Futebol, o Carnaval. Uns vão beber até cair, outros fugir do estresse, outros assistir a exposição excessiva de bundas e peitos garbosos saltando tela a fora, isso não importa, o que importa é que vamos guardar no arquivo, como culturalmente sempre fazemos, ou seja, esquecer.

Voltando ao comentário do jornalista, engraçado que queremos sempre que a lei nos proteja só que muito pouco estamos dispostos a cumpri-la. Levemos à pauta o transito caótico brasileiro, na minha cidade que tem pouco mais de 200 mil habitantes, uma cidade que já foi considerada a mais violenta do Estado de São Paulo. Aqui é “terra de ninguém”, semáforo existe para enfeitar a cidade atrolhada de lixo, assim como faixa de pedestre, mas afinal quem um pedestre pensa que é, a lei defende o mais fraco, mas quem tem a arma (carro) mais forte tem o poder. Cumprir leis é para idiotas, haja visto que temos orgulho em ser o país “do jeitinho”, ou seja, dos contraventores, do nepotismo (na esfera pública e privada), difícil arranjar um emprego se você não tiver um QI (quem indica) importante.

É, pensando historicamente, eu nasci quando a Ditadura Militar estava terminando, mas estudei que os subversivos da época eram punidos, como sempre são, mas porque será que os movimentos antes das “Diretas Já” conseguiam poder de colocar as pessoas nas ruas e fazer passeatas, fazendo pressão contra o poder que “a gente elege”? Seja para alguns em troca de uma cesta básica, é cada um de nós que elege. Por que depois da abertura alfandegária, onde os produtos supérfluos (em sua maioria) chegaram até nós, onde a globalização é intrínseca a vida contemporânea, porque somos tão mais individualistas e o máximo que conseguimos, como relatou Michael Moore num documentário, é ficar perplexo diante da TV e depois desligá-la e voltar para “nosso mundo perfeito” como se nada disso tivesse acontecido? Será que os pais da Gabriela, que foi assassinada por uma bala perdida a 4 anos no metrô do Rio iam ser militantes e organizar passeatas se a filha deles não tivesse morrido? Será que teremos que perder nossos filhos, irmãos, para que sejamos solidários?

Não tem que ser assim, não tem!

Não adianta falar em consciência se nós temos culturalmente orgulho que os filhos homens sejam garanhões, que não usem roupas coloridas e que não brinquem com bonecos (para não saber cuidar dos filhos ou medo que se tornem homossexuais), não adianta fazer discurso dizendo que se valoriza a beleza interior, se sempre julgamos alguém pela aparência. Não adianta sermos solidários com as notícias na mídia se ao sairmos na rua ignoramos nossos vizinhos. Somos impacientes em demasia, não respeitamos nossos pares porque sempre nos julgamos superiores. Já ouvi meu pai (um homem simplesmente pacífico, típico mineiro) dizer que se tivesse uma arma teria feito uma besteira quando um cara lhe fechou no trânsito, ou quando alguém erra a marcha, ou não dá passagem. Não podemos mais errar, a tolerância é zero, e a prioridade e a condescendência é nula. Porque os outros tem de cumprir a lei, se nós não a fazemos. Quem tem filho sabe que o discurso de fazer o que eu falo não funciona com educação. Seja a mudança que você quer ver no mundo, como dizia Gandhi.

E até mesmo eu que tenho sempre uma indignação pronta a escrever num programa pirata da MS, já fiz crítica a um amigo que era politicamente correto, é que ele é um exemplo tão raro, tão raro, que parece que ele é o chato enquanto todos os espertões são os corretos, afinal estamos revivendo a barbárie, “olho por olho, dente por dente”, eu diria “carro por carro, calibre por calibre”. Sei que esse discurso já está longo, mas a revolta que sinto pelo silêncio não tem limites. Um professor de história meu é que dizia que história é coisa do passado, afinal só muda a data e o nome dos personagens, o resto é cíclico. Desculpe incomodar, mas eu não consigo me calar!

Tô de saco cheio!!!

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Haja vista, mulheres objetos também pensam!

Objetos de quem e para que? Mais incrédulo é a mulher que se submete a tal coisa, ser um objeto. Há muito já observava a questão e depois de ler um artigo de Ligia Martins de Almeida, obriguei-me a sentar e a escrever sobre o assunto: Mulheres e cerveja.
Cerveja definitivamente não é a melhor coisa do mundo, não mata a sede, só mata a vontade de beber cerveja, ou de ser aceito no meio social de alguns grupos. Ela é amarga e aqui no Brasil, um país quente, deve ser consumida muito gelada. Nos países frios, onde ela foi criada, tem um paladar muito diferente do nosso, ela é consumida em temperatura ambiente e com outro teor alcoólico. Então o que fez com que verão fosse “emblema” de cerveja e de mulher seminua? Os publicitários. Há de se dizer: machistas!
Foi-se o tempo em que somente homem bebia cerveja, o número de mulheres que bebem aumentou enormemente nos últimos anos, mas a questão em foco é porque os comerciais de cerveja são direcionados aos homens? Porque a figura da imagem de uma mulher seminua pode vender algo (não só cerveja, mas carro etc. e tal)?
Pergunto-me sobre a capacidade de um homem refletir realmente se ele se juntar em roda com os amigos, rir alto, mexer com todas as garotas em volta e beber muito ele irá conseguir um belo exemplar de mulher “perfeita” para ele? Será que os publicitários pararam pra pensar que nenhuma pessoa gosta de ter um bêbado, ou que seja um bafo de álcool, dizendo estupidez e obscenidades ao lado? Qual mulher, não considerando uma profissional do sexo, estaria disposta a estar do lado de um cara que só a quer pelo troféu que ela representaria para os amigos dele, numa questão de disputa de poder? Isso é uma afronta à inteligência das mulheres e dos homens também.
O comercial de um “mestre” barrigudo, típico bebedor de cerveja, com uma capacidade mental extremamente titubeante e questionável, chamar uma mulher de burra, dizendo para ela perdoar a suposta traição do marido, ou de um rapaz certinho, tímido, que há de curar sua timidez bebendo um pouco. Ou o nome de uma marca de cerveja deliberadamente associada ao verão, fazendo até propaganda de tempo ensolarado em site de previsão do tempo. Ou então a pérola do rapaz indeciso se escolhe a cerveja ou a garçonete, qual “boa” ele vai querer? É só escolher e levar?
A astúcia de tais profissionais é tão limitada assim? Comercial de cigarro foi proibido, porque será que os de bebidas alcoólicas incitando o consumo (grande causador de acidentes automobilísticos no Brasil, mas isso não é de grande preocupação, se der prisão é homicídio culposo, a pena é muito branda, e indenização, o que é isso, na justiça brasileira) não são? Será que a propaganda de cerveja não é proibida porque são as que mais colaboram para encher os cofres dos grupos da mídia nacional?
Balela!!! Nosso machismo é cultural e vem de berço, até de mulheres machistas! De pais inconseqüentes. De pessoas com baixo discernimento intelectual.
Mas admitir que seja natural, cerveja estar relacionado com mulher objeto, isso é inadmissível.

To de saco cheio e de olho grande!

sábado, 27 de janeiro de 2007

Jogos de interesses

Canso-me de ver certas coisas se repetirem... Jogos de interesse... Vou exemplificar... existe um caso de uma pessoa muito inteligente, que faz um jogo até certo ponto inconsciente e de outro modo bem consciente porque consegue manipular e ditar as regras. Ela tem um dramalhão na vida, seus problemas são os maiores e os piores, ela merece toda a atenção e quando algum problema se resolve, ela começa a viver outro drama, às vezes inventado, para não perder a atenção, porque é uma pessoa extremamente carente e precisa que alguém olhe para ela. Do outro lado está aquela pessoa amiga, interessada, que está sempre disposta a resolver e apoiar os problemas alheios, aquele amigão que você liga de madrugada e vai te atender com todo amor, dispor de tudo o que é relevante para ele para resolver os problemas do amigo desamparado e sofrido. Quem não quer chamar alguém assim de melhor amigo?

Pois é, jogos de interesse, de poder. O sofrido porque consegue manter o outro por perto quando ele quer; é só estalar os dedos, só sofrer um pouquinho e pronto, ele tem o ser nas mãos, manipula-o. Do outro lado, o camarada atencioso sabe que alguém precisa dele, ele tem o poder porque consegue que alguém necessite de sua amizade e carinho, ele precisa ser amado, assim como o sofredor; fora que é sempre confortador achar que alguém tem mais problemas que a gente, isso nos torna mais corajosos para enfrentar os nossos problemas que são tão insignificantes perante o drama mexicano vivido pelo amigo.

Assim se estabelece o poder. Simplesmente jogo de interesses.

Mas quando alguém se faz de vitima em demasia e com um único problema, depois que o companheirão dispôs sua opinião e com certeza ele é sensato o suficiente para que o opção que ele deu foi muito boa, existe um tempo para o cumprimento dessa “meta”, e quando o sofredor não consegue cumpri-la e posterga a solução, esse quadro fica cansativo e começa-se a desmerece-lo, porque tem-se a consciência de que ele precisa viver o sofrimento para que os alheios tenham pena dele e sintam sua dor... e quanto mais “amigos” ele conseguir manter nessa teia, maior seu poder de dominação...

Mas há também os engajados, sofredores com uma criatividade fenomenal, eu diria que eles são os escritores das novelas, porque nunca se pode piorar tanto a vida como tal. Sabe aquela pessoa que nem é mais desgraçada, ela é uma calamidade pública. Os problemas que são pequenos tendem-se a se resolver com facilidade, mas logo em seguida, “aparece” um pior. E a simples dor de cabeça torna-se uma perseguição.

E sabe como é né, saber que alguém tem problemas maiores que a gente é muito melhor, porque ver dramas televisivos e “achá-los” em mentes reais é tão confortante, faz tanto sentido. A vida ganha um brio quando a televisão é reconhecida no dia-a-dia, encarnada em personagens reais, será que a arte é que imita a vida? Ou o contrário, as pessoas encarnam seus fetiches e tentam ser e atuar o mais brilhantemente possível?

Não sei, vou pensar nisso. Sabe, porque se a vida for simples e fácil, não tem graça nenhuma.

Tô de saco cheio disso!

sábado, 20 de janeiro de 2007

O início

Essa é só uma tentativa de tentar ser menos medíocre.. de tentar fazer algum sentido para qualquer coisa... mas mesmo assim, somente quem tenta é que obtêm algum êxito... os perdidos nem se quer tentam.