terça-feira, 9 de outubro de 2012

Brasil, terra de contrastes...



Sábado estive em São Paulo, grande centro econômico e social do país, da América Latina e do mundo... estranho, estávamos indo para a Bolsa de Valores, onde as grandes empresas e destinos são decididos dentro de painéis eletrônicos. Passamos ali pelo grande centro e encontramos um grupo de homens sujos e meio fora de si, acendendo um cachimbo de crack. As pessoas vivendo ou sobrevivendo, como se possa dizer, como sacos de lixo jogados em cantos. Sacos de lixo fedidos, que às vezes se rompem e incomodam, que às vezes, para se encher de seus lixos, precisam roubar, para se drogar mesmo, para poder se manter como sacos de lixos, ali, sem incomodar ninguém. Incrível como as pessoas, pois são pessoas, estão naquela situação, uma situação entorpecente aos olhos de quem se importa. Eles já são invisíveis e incômodos sacos de lixo e é assim que a sociedade quer que eles permaneçam, imóveis e invisíveis.
Fico me perguntando como conseguem existir ali, no meio da rua, permanecerem de pé, mesmo que o de pé seja simplesmente cambaleando e procurando alguma maneira de se manter alheio àquela estúpida realidade.
Ignorar aquelas pessoas é como reconhecer que elas são apenas um estorvo para a sociedade e que sociedade é essa que não reconhece seus pares, que se preocupa só com o individual e esquece que somente com o coletivo que se faz força e presença. Que sociedade é essa que está se esbaldando e se divertindo com seu novo poder de consumo e o quanto isso lhe é suficiente para lhe distrair do básico e do direito de igualdade e justiça para todos. Essa sociedade consumista que nos está sendo oferecida em 12, 36 vezes sem juros, está desmoronando no hemisfério norte e estamos seguindo seus rastros e nos divertindo com suas migalhas, enquanto os ratos vão comendo as bordas do lixo que os brasileiros estão deixando cair de seus fartos pratos.... um número crescente diria, mas ao mesmo tempo, um número extremamente e estonteantemente grande ainda fica de fora dessa grande ceia, onde suas próprias vísceras estão sendo servidas.
Foto fonte: http://www.mundofotografico.com.br/concursos/concursosantigos/23.jpg

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Será que a vida é mesmo para ser agradecida?
Cercados numa multidão de silêncio e de vazio existencial.
Mergulhados num vazio profundo da inexatidão do tudo.
Ocupados com o ócio da formação.
Preocupados com a indescência da estupidez.
"Assim caminha a humanidade..."
Com passos firmes e pegadas efêmeras, com manchas escuras na ignorância de seus atos...

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Hoje eu quero simplesmente agradecer a oportunidade de estar viva, de minha saúde ser perfeita, de ter uma casa, de ter um emprego, de meus pais estarem vivos e saudáveis, de minhas irmãs estarem vivas e saudáveis, de minha filha ser linda e perfeita, de minha vó querida estar viva e ainda poder fazer aquele cafezinho delicioso dela pra mim, de eu ter braços para abraçar quem eu amo, de ter voz para continuar minha profissão, de ter cérebro para continuar a não aceitar as coisas injustas, de ter pernas para poder levantar. Todos os dias eu reclamo de alguma coisa e acho que tudo pode melhorar, mas só se eu perder o que tenho agora vou enxergar o que realmente me importa. E pelo menos hoje o que me importa é isso, não reclamar de nada, somente agradecer por tudo o que eu tenho.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Eu Quero Ser Feliz Agora

Eu Quero Ser Feliz Agora

(Oswaldo Montenegro)

Se alguém disser pra você não cantar
Deixar teu sonho ali pr'uma outra hora
Que a segurança exige medo
Que quem tem medo Deus adora
Se alguém disser pra você não dançar
Que nessa festa você tá de fora
Que você volte pro rebanho.
Não acredite, grite, sem demora...
Eu quero ser feliz Agora
Se alguém vier com papo perigoso de dizer que é preciso paciência pra viver.
Que andando ali quieto
Comportado, limitado
Só coitado, você não vai se perder
Que manso imitando uma boiada, você vai boca fechada pro curral sem merecer
Que Deus só manda ajuda a quem se ferra, e quando o guarda-chuva emperra certamente vai chover.
Se joga na primeira ousadia, que tá pra nascer o dia do futuro que te adora.
E bota o microfone na lapela, olha pra vida e diz pra ela...
Eu quero ser feliz agora
Se alguém disser pra você não cantar
Deixar teu sonho ali pr'uma outra hora
Que a segurança exige medo
E que quem tem medo deus adora
Se alguém disser pra você não dançar
E que nessa festa você tá de fora
Que volte pro rebanho.
Não acredite, grite, sem demora...
Eu quero ser feliz Agora

Assim falava Zaratrusta

"Demasiado tempo sofri e estive em perspectiva. Demasiado tempo me possuiu a solidão. Agora esqueci o silêncio.
Todo eu me tornei qual boca e murmúrio de um rio que salta de elevadas penhas: quero precipitar as minhas palavras nos vales. Corre o rio do meu amor para o insuperável!
Como não encontraria um rio enfim o caminho do mar? Sem dúvida há um lago em mim, um lago solitário que se basta a si mesmo; mas o meu rio de amor arrasta-o consigo para o mar.
Eu sigo novas sendas e encontro uma linguagem nova; à semelhança de todos os criadores, cansei-me das línguas antigas. O meu espírito já não quer correr com solas gastas."


Assim falava Zaratrusta