domingo, 31 de janeiro de 2010

O que você escolheu para sua vida!?

Estava passando em frente a um posto de saúde, numa cidade vizinha, era uma sexta-feira chuvosa, no meu pensamento já passavam das 7 da manhã, horário que o posto já deveria estar aberto. Do lado de fora, vários velhinhos, acho que tinha umas oito pessoas, entre homens e mulheres, se escondendo como podia debaixo de suas sombrinhas e guarda-chuvas. A cena me cortou o coração.
Em dias de chuva, se é mais tolerante com o atraso dos funcionários. Bom, alguns lugares são bastante tolerantes com atraso de funcionários, especialmente o poder publico, afinal, se qualquer atendente chegar ou não no horário, seus superiores não estarão lá para cobrar nada, afinal, seus superiores chegam sempre muito tarde.
Aqui na minha cidade, num dos melhores postos, o atendimento começa às 7 horas, quer dizer, o posto abre esse horário, as consultas são marcadas para esse horário, as enfermeiras estão lá esse horários, mas os médicos, estrelas que principalmente os idosos idolatram, chegam às 8, 8 e meia... coisa do tipo. Eu queria saber na minha mais inocente consciência qual seria o motivo do qual eles marcam uma consulta às 7 da manhã, se os médicos nunca chegarão nesse horário? Pior de tudo é marcar todos no mesmo horário, isso é marcar uma consulta e ser por ordem de chegada, motivo do qual os velhinhos estão na porta do posto às 6 da manhã, para serem atendidos primeiro.
O que me deixa louca mesmo é porque alguns profissionais, especialmente os médicos, acham que estão no seu mais completo direito de atrasarem para atender, seu juramento de defender a vida, ser ético e o escambau parece que é só algo que eles foram obrigados a fazer em sua formatura mesmo. Qual a ética em atrasar 1h30m? Eles não podem acordar tão cedo assim, isso não seria justo com seus 7 ou 8 anos de estudo e dedicação, com seus plantões, com suas noites sem dormir? Puxa vida, mas quem disse que médico é uma profissão glamourosa? Ficou o status, mas glamour não existe mais no nosso mundo. Glamour é para as estrelas antigas, que ficaram na memória dos admiradores do mundo fantástico da televisão. Ser médico, ser doutor (doutor só é quem fez doutorado), ser “adevogado” (quanta gente ainda coloca um “e” louco no “d” mudo), ser bancário, professor, vixe, há muito tempo que a profissão deixou de ter glamour, se é que existiu alguma necessidade de ter algum dia. As profissões não são o fim, existem pessoas que estão nelas com o intuito de ganhar dinheiro e outras que apesar de ganhar não tão bem, gostar do que fazer e o fazem com amor. Eu não posso julgar dizendo que uma coisa é melhor que outra, obviamente, quem for atendido por um profissional que escolheu para sua vida sua profissão, vai saber disso, pelo prazer e respeito que o outro lhe transmite, mas há muitos olhares vazios em muitos lugares que se vá, numa recepção de hotel, numa portaria de prédio, num escritório de advocacia, num despachante, num consultório médico, num salão de beleza, numa escola, em qualquer lugar que se vá, ou verá olhos fatigados pelo cansaço e pelo ódio do que são obrigados a fazer, esperando avidamente que ganhem na loteria para nunca mais passar na frente do local de trabalho, ou lamentando ganhar tão pouco, ou com um sorriso nos olhos sincero por achar que sua profissão é digna de ser respeitado como pessoa, tendo ou não nível superior ou degraus acima ou a baixo.
É por isso que digo aos meus alunos, procure amar o que faz ou procurar algo que lhe dê prazer, as pessoas não são suas profissões, mas passamos, felizes ou não, boa parte da vida nelas e o preço que se paga por não tentar algo que se goste não vale a pena, o dinheiro não vai pagar a vida que perdeu.

sábado, 30 de janeiro de 2010

CORRIGINDO OS DITOS POPULARES:

Copiei quase integralmente este texto de outro blog, achei super interessante e por isso postei aqui, sempre bom saber de algumas coisas.


CORRIGINDO OS DITOS POPULARES:

Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão
O correto é: Batatinha quando nasce, espalha ramas pelo chão.

Cor de burro quando foge.
O correto é: Corro de burro quando foge!

Quem tem boca vai a Roma.
O correto é: Quem tem boca VAIA Roma.

É a cara do pai, cuspido e escarrado.
O correto é: É a cara do pai esculpido em Carrara.(Carrara é um tipo de mármore, extraído da cidade de Carrara/Itália)

Quem não tem cão, caça com gato.
O correto é: Quem não tem cão, caça como gato. (ou seja, sozinho!)


Explicação de alguns:

NAS COXAS:
As primeiras telhas dos telhados nas Casas aqui no Brasil eram feitas de Argila, que eram moldadas nas coxas dos escravos que vieram da África. Como os escravos variavam de tamanho e porte físico, as telhas ficavam todas desiguais devido as diferentes tipos de coxas. Daí a expressão fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito.parte do telhado de uma fortaleza em Florianópolis (SC), construída no século XVIII.

VOTO DE MINERVA:
Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa
Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

CASA DA MÃE JOANA.
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade de Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

CONTO DO VIGÁRIO:
Duas igrejas de Ouro Preto receberam uma imagem de santa como presente. Para decidir qual das duas ficaria com a escultura, os vigários contariam com a ajuda de Deus, ou melhor, de um burro. O negócio era o seguinte: colocaram o burro entre as duas paróquias e o animalzinho teria que caminhar até uma delas. A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E foi isso que aconteceu, só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burro.
Desse modo, conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.

FICAR A VER NAVIOS:
Dom Sebastião, rei de Portugal, havia morrido na batalha de Alcácer-Quibir, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por esse motivo, o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca. Era comum, as pessoas visitarem o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, para esperar pelo rei. Como ele não voltou, o povo ficava a ver navios.

NÃO ENTENDO PATAVINAS:
Os portugueses encontravam uma enorme dificuldade de entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova, sendo assim, não entender patavina significa não entender nada.

AGORA INÊS É MORTA:
Houve em portugal um rei D. Pedro (bem antes do nosso – sec. XIV) que tinha uma amante-amada (que não era a rainha) mas que ele cobria de atenções. Em uma viagem do rei, seus adversários políticos a mataram por acharem perigosa a relação dos dois. Ao voltar D. Pedro mandou desenterrá-la e coroá-la rainha. Mas aí.... Inês é morta!

SANTINHA DO PAU OCO
Expressão que se refere à pessoa que se faz de boazinha, mas não é. Nos século XVIII e XIX os contrabandistas de ouro em pó, moedas e pedras preciosas utilizavam estátuas de santos ocas por dentro. O santo era “recheado” com preciosidades roubadas e enviado para Portugal.

VÁ SE QUEIXAR AO BISPO
No tempo do Brasil colônia, por causa da necessidade de povoar as novas terras, a fertilidade na mulher era um predicado fundamental. Em função disso, elas eram autorizadas pela igreja a transar antes do casamento, única maneira de o noivo verificar se elas eram realmente férteis. Ocorre que muitos noivinhos fugiam depois do negócio feito. As mulheres iam queixar-se ao bispo, que mandava homens atrás do fujão.

CHEGAR DE MÃOS ABANANDO
Os imigrantes, no século passado, deveriam trazer as ferramentas para o trabalho na terra. Aqueles que chegassem sem elas, ou seja, de mãos abanando, davam um indicativo de que não vinham dispostos ao trabalho árduo da terra virgem. Portanto, chagar de mãos abanando é não carregar nada.

A VOZ DO POVO, A VOZ DE DEUS
As pessoas consultavam o deus Hermes, na cidade grega de Acaia, e faziam uma pergunta ao ouvido do ídolo. Depois o crente cobria a cabeça com um manto e saía à rua. As primeiras palavras que ele ouvisse eram a resposta a sua dúvida. Assim, a voz do povo, a voz de Deus.

CHATO DE GALOCHA
Infelizmente, os chatos continuam a existir, ao contrário do acessório que deu origem a essa expressão. A galocha era um tipo de calçado de borracha colocado por cima dos sapatos para reforçá-los e protegê-los da chuva e da lama. Por isso, há uma hipótese de que a expressão tenha vindo da habilidade de reforçar o calçado. Ou seja, o chato de galocha seria um chato resistente e insistente, explica Valter Kehdi, professor de Língua Portuguesa e Filologia da Universidade de São Paulo. De acordo com Kehdi, há ainda a expressão chato de botas, calçados também resistentes, o que reafirma a idéia do chato reforçado.

DO ARCO-DA-VELHA
Coisas do arco-da-velha são coisas inacreditáveis, absurdas. Arco-da-velha é como é chamado o arco-íris em Portugal, e existem muitas lendas sobre suas propriedades mágicas. Uma delas é beber a água de um lugar e devolvê-la em outro - tanto que há quem defenda que “arco-da-velha” venha de arco da bere (”de beber”, em italiano).

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER
Significado: Diz-se da pessoa que não quer ver o que está bem na sua frente. Nega-se a ver a verdade.
Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D’Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imagina era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

ANDAR À TOA
Significado: Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Histórico: Toa é a corda com que uma embarcação remboca a outra. Um navio que está “à toa” é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Uma mulher à toa, por exemplo, é aquela que é comandada pelos outros. Jorge Ferreira de Vasconcelos já escrevia, em 1619: Cuidou de levar à toa sua dama.

DA PÁ VIRADA
Significado: Um sujeito da pá virada pode tanto ser um aventureiro corajoso como um vadio.
Histórico: a origem da palavra é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo homem vagabundo, irresponsável, parasita. Hoje em dia, o sujeito da “pá virada”, parece-me, tem outro sentido. Ele é O “bom”. O significado das expressões mudam muito no Brasil com o passar do tempo.

DEIXAR DE NHENHENHÉM
Significado: Conversa interminável em tom de lamúria, irritante, monótona. Resmungo, rezinga.
Histórico: Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, eles não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer “nhen-nhen-nhen”.

PENSANDO NA MORTE DE BEZERRA
Significado: Estar distante, pensativo, alheio a tudo.
Histórico: Esta é bíblica. Como vocês sabem, o bezerro era adorado pelos hebreus e sacrificados para Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, se opôs. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar “pensando na morte da bezerra”. Consta que meses depois veio a falecer.

SEM EIRA NEM BEIRA:
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que
conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Não ter eira nem beira significa que a pessoa é pobre, está sem grana.
Aqui está um telhado com eira, beira e tribeira.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Cai Água, Cai Barraco

Parece brincadeira, mas todo ano é a mesmo história, repetindo-se como um relógio... essa música do Biquini Cavadão parece perfeita para a insensatez do povo e da polítca brasileira. uahuahaua


Cai Água, Cai Barraco (Biquini Cavadão)
Composição: Alvaro, Bruno, Miguel, Sheik, Coelho

"Cai água, cai barraco
Desenterra todo mundo
Cai água, cai montanha e enterra quem morreu
É sempre assim todo verão
O tempo fecha, inunda tudo
É sempre assim todo verão
Um dia acaba o mundo todo
Derruba o muro, o prédio podre, a casa velha
Empurra a velha
Pega a bolsa e sai batido
E sobe o morro, sobe o pau, sobe o diabo
(desce o pau em toda gente, "a gente temo que corrê")
Corre pra cima e pra baixo, se enfia num buraco
(Manda fogo na polícia, "pr'esses caras aprendê")
Tem mais um filho na barriga
Outra criança pra mamar
Vai ser criado pela rua, vai ter muito que ralar
O povo anda armado
O povo anda armando
O povo todo anda armado e está cansado de sofrer
Bate no filho, bate-boca, bateria, bate palma e não para debater
Bate no filho, bate-boca, bateria, bate uma e não para de bater"

domingo, 24 de janeiro de 2010

Rio 40 Graus


“Rio 40 Graus, Cidade Maravilha, purgatório da beleza e do caos.”
Acho que essa é uma das melhores definições dentro de uma música para a “cidade maravilhosa”. A contradição existente é tão gritante que seria um infortúnio não admiti-la. É grosseira demais a diferença dos locais existentes.
Vou começar, infelizmente com comparações, inevitáveis: o metrô, numa cidade com tal temperatura, eu tinha a sensação de que ia desfalecer de tanto calor, o ar condicionado não funcionava, pelo menos essa era a sensação, ou não dava conta de suprir ao menos, uma circulação de ar mais humana.
Achei engraçado, não conhecia o Rio e sinceramente não estava em meus planos, algumas pessoas tem a sensação de que você vai entrar na cidade e vai começar um tiroteio e uma bala perdida vai lhe atingir... mas é essa a sensação que a TV passa, quando lhe convêm, é claro. Continuando, o centro da cidade, a região conhecida como Cinelândia foi uma grande surpresa, lá há prédios históricos maravilhosos, a arquitetura me lembrou Porto Alegre, mas a diferença é o abandono e o descaso que se sente. Os monumentos, o que seria um patrimônio cultural da cidade, ficam invisíveis diante do caos que o trânsito proporciona. Sim, com muito menos carros que São Paulo, por exemplo, o não respeito às “regras”, ou seja, sinais, é uma loucura, pedestres enfrentam os carros mesmos, e ônibus e uma quantidade inimaginável, ao menos pra mim, do interior, de táxis perambulando nas ruas. A sujeira é gritante, seja ela porque os comerciantes colocam desde cedo seus sacos de lixo nas estreitas calçadas, seja os pedestres que sem o menor pudor despejam seus resíduos nas sujas ruas, sejam os usuários de transporte que atiram de suas janelas seus lixos. A quantidade me surpreendeu. Os vendedores ambulantes, a quantidade de pessoas circulando, as pichações e vandalismos, a sujeira dos pontos, tudo isso foi asfixiante. Mas, pegando o metrô e saindo num local não muito distante da grande massa da população, chegando até Copacabana, hmmmm, a sensação foi outra.
Esse sim, esse é o verdadeiro mundo da cidade maravilhosa, um mundo lindo e limpo, fantástico, não há lixo no chão, as ruas são largas e amplas, os prédios claros e há muitas árvores. E lá, além de pessoas de todas as nacionalidades (isso é verdade), você vai encontrar o povão, que sai da parte pobre da cidade e vai com suas “farofas” para a praia e o calçadão mais conhecido do mundo... pasmem, o mesmo povo que no centro joga seus lixos no chão, ali se comportam, como se diz, para inglês ver, como civilizados. Uau! Que progresso!
Muito bacana, muito! Como diriam os cariocas, “caraça, muito sinistro”, sem esquecer de colocar uns sons de “sh” no lugar dos “s” nas palavras, muito interessante.
A forma de conseguir uma graninha dos “gringos”, ohhh, muito pagode e samba na orelha da gente, a cada quiosque (que por sinal são muito luxuosos, nada comparados aos de palha do sul, nem aos de madeira ou tijolos do sudeste), tinha um grupinho tocando um pandeiro e fazendo uma festinha, tentando enfiar um cinto ou canga goela a baixo dos gringos, falando qualquer língua para serem entendidos, eu chamaria da língua da sobrevivência, a linguagem do capitalismo, um embromation que dava resultados, porque só os gringos, pálidos e paralisados com tanta mulher com o corpo a mostra, é que compraria um cinto, naquele calor estonteante (era de 36 graus, mas parecia 55) da praia naquela tarde de janeiro. Nem coragem de chegar perto da areia eu tive, ela queimava meus olhos, imagine meus pés e olhar aquele perdido de guarda-sóis me dava menos vontade ainda de chegar perto do mar e ouvir as ondas quebrando, essa eu fiquei devendo pra mim.
A questão dos gringos e suas teorias com relação às mulheres brasileiras eu vou deixar pra contar no próximo capitulo... ahauhauahah

Lei Maria da Penha, uma vitória...?!?

Uau! Agora sim, as mulheres estão seguras. Nossa, isso até parece sentença, estar segura do amor que ela escolheu um dia, e amor não devia ser uma coisa boa, algo renovador que enche a vida de cor e de alegria?
Então que nome poderia dar para homens que agridem suas companheiras? Assassinos? Covardes? Bárbaro? Acho que não poderia chegar a um nome adequado, porque não existe nome para o tipo de ato que essas pessoas (se é que se pode chamar de pessoa) uma pessoa que agride e mata o amor da sua vida. Seja por qualquer causa que se tente justificar, há quem mate em nome de Deus, há quem mate em nome do amor, pelo menos em suas cabeças, mas suas justificativas são tão baixas quanto sua própria existência.
Parece tão inocente acreditar que essa lei, que demorou tanto tempo para ser aprovada, diante de um código civil machista e ultrapassado, diante de uma sociedade que usa as mulheres como objeto de sua mais amoral face instintiva animal, onde uma pessoa para se sentir mais homem precisa matar a pessoa que diz amar para continuar com sua honra intacta, mesmo que ele vá para a cadeia, que não amedronta ninguém, afinal temos advogados famintos, que se formaram para defender a lei e a ordem (da sua conta bancária) e com poucos argumentos no nosso frágil sistema legislativo, consegue facilmente umas brechas e ele vai acabar com pouquíssimos anos de cadeia efetivo, já que um assassino, pode ter um “bom comportamento”, ser réu primário etc. e tal, mesmo que venha ou não se arrepender do que fez, destruiu a vida de não só uma, mas de várias pessoas por causa de sua não condição humana.
Eu me pergunto, qual o papel da justiça social, divina para quem acredita nela, qual a ordem, que depois de milhares de anos, o ser humano, conseguiu organizar e constituir democraticamente, diante de uma sociedade fragmentada e frágil, escondendo diante de suas válvulas de escape, seja modernos como as compras compulsivas, sejam os antigos como as drogas (algumas novas e moderníssimas) ou o álcool. Até onde temos que ir, onde musicas vexativas, que explorar da inocência e da debilidade da personalidade de cada um ainda trata a mulher como um meio de prazer apenas, onde a cerveja está associada à mulher com um corpão escultural, onde os homens continuam reinando soberanos nos seus papéis de machos sem escrúpulos, fingindo que suas mães também machistas e as piadinhas que escutaram desde pequenos, onde devem ser opulentos caçadores viris, não influenciam em suas personalidades fracas e sua vida sem sentido e decência.
De alguma forma, todo mundo contribui para que a barbárie continue a vigorar e de certa forma, isso é auto-ajustável num sistema que precisa se justificar falho para continuar dominante e dominado, por mentes tão débeis quanto vis.
A aprovação da Lei Maria da Penha, que aumenta o rigor das punições das agressões contra a mulher quando ocorridas no âmbito doméstico ou familiar, não adianta muita coisa, porque os agressores (aqueles com intenção de matar) como disse, estão pouco preocupados com a punição, as denuncias que as mulheres fazem, de pouco adianta pra essas que fatalmente irão ser vítimas, porque esse tipo de sentença é só mais um peso diante da nossa frágil polícia, que já está saturada e corrompida, assim como todo o fracassado sistema social de uma maneira geral, que inocência senhor presidente, é preciso reestruturar muito mais embaixo para que qualquer lei venha a ter resultados reais... a base da nossa sociedade é o deficiente sistema educacional, coisa que nenhum presidente, governador ou prefeito tem coragem de mexer porque efetivamente suas cabeças também estariam no páreo se a grande massa da população começasse a usar o cérebro ao invés das mãos.