sábado, 20 de agosto de 2011

A maldição do viva-voz


Não bastasse todo mundo ter um celular (às vezes só pra ouvir música como o caso da minha filha, por exemplo, mas justifico que era contra ela ter celular, mas não fui eu quem comprei), agora todo mundo tem celular com viva-voz. Tudo bem, tecnologia é para ser proliferada e acesso para todo mundo, mas a questão é o uso que as pessoas fazem dela.
Já temos ai os rádios-celulares que se proliferaram e você caminha ouvindo aquele estalinho, plilililili... daí aquelas brincadeiras antigas de walk talk, já não tem mais graça, nem telefone sem-fio, afinal são os adultos que no meio da rua, ou meio da sala, como meu pai, lá em casa que partilha a conversa com todo mundo ao redor, mesmo que eu não esteja nem um pouco interessada em “participar”-ouvindo a conversa de ninguém.
Mas enfim, vamos voltar ao viva-voz. Vou dizer por que isso é uma praga, literalmente. Quando vou levar e buscar minha filha na escola, no nosso caminho sempre tem alguns alunos, não só da escola dela, mas de toda a região de onde moramos, bem, o fato é que esses alunos principalmente, mas já vi alguns sem uniforme também, ouvindo musica no celular, bem, eu não diria que seja bem uma música, o que eles ouvem são aqueles sons de funk, que na verdade não importa se é o mais atual ou do verão passado, porque o toque deles são todos iguais e não se ouve a música (dispensável, diga-se de passagem, porque as letras não são as mais interessantes de se ouvir), mas sim o “telec-telec-telec-telec”, é isso que eles ouvem... e no auto-falante do celular... eles ficam desfilando com o celular na mão ouvindo o “telec-telec-telec-telec”... É... Ninguém merece, eu não mereço.
Sabe por quê? Porque eu não compartilho minhas músicas preferidas com ninguém na rua e isso não é porque sou egoísta, mas porque acho falta de respeito “dividir” meu gosto com as outras pessoas, ninguém é obrigado a gostar de Mozart, Bach, nem mesmo dos dance que eu ouço quando faço caminhada, se coloco um fone de ouvido é porque quero me desligar do barulho da rua então, não é justo nem delicado que eu tenha que ouvir os funks alheios, principalmente “esses” tipos de funks que só incitam uma sexualidade gratuita.
Assim como não se pode promover barulho depois das 22h, ou teoricamente que sair sem roupa (alguns saem quase sem) seja atentado ao pudor, deveria ser atentado ao pudor ouvir funk no viva-voz do celular... ahhhhh, quanto mau gosto....
E sinceramente, nunca ouvi uma boa musica sendo “compartilhada” no celular ou no carro... portanto, abaixo ao compartilhamento de música em vias públicas... nesse ponto temos de ser egoístas...
Ahhhh, to de saco cheio!