terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Grandeza


"O tempo está nos chamando agora para preencher a grandeza que existe dentro de cada um de nós. Grandeza não é medida por prêmios e méritos mas pela nossa habilidade de elevar outros através das nossas qualidades e virtudes. Glorifique e emerja o potencial pleno que existe em cada espírito humano."

Site nacional:
www.bkwsu.org/brasil

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Ser feliz ou ter razão?

Interesante, esse foi um dos emails que ficou parado na minha caixa de entrada, assim como outros 300, que acabam passando batido na correria do dia-a-dia e vai ser esquecido com certeza, às vezes por uma questão de esquecimento ou mesmo falta de noção das pessoas... mas eu o abri, tentando diminuir o número alto de emails e apagar alguns... achei o texto interessante:

SER FELIZ OU TER RAZÃO? (Sem autor)
"Oito da noite, numa avenida movimentada. O casal já está atrasado para jantar na casa de uns amigos. O endereço é novo e ela consultou no mapa antes de sair. Ele conduz o carro. Ela orienta e pede para que vire, na próxima rua, à esquerda. Ele tem certeza de que é à direita. Discutem. Percebendo que além de atrasados, poderiam ficar mal-humorados, ela deixa que ele decida. Ele vira à direita e percebe, então, que estava errado. Embora com dificuldade, admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno. Ela sorri e diz que não há nenhum problema se chegarem alguns minutos atrasados. Mas ele ainda quer saber: - Se tinhas tanta certeza de que eu estava indo pelo caminho errado, devias ter insistido um pouco mais... E ela diz: - Entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma discussão, se eu insistisse mais, teríamos estragado a noite!

MORAL DA HISTÓRIA: Esta pequena história foi contada por uma empresária, durante uma palestra sobre simplicidade no mundo do trabalho. Ela usou a cena para ilustrar quanta energia nós gastamos apenas para demonstrar que temos razão, independentemente, de tê-la ou não.
"

Sabe o que achei mais interessante, eu me vi nessas palavras, quantas vezes eu discuto com minha filha pelo simples fato de querer ter razão, de querer ser a última a falar. Não só por orgulho, mas sim, porque eu aprendi que os pais (mesmo não tendo) têm de dar a última palavra e sempre ter razão, estupidez. Medir força. Entendimento de que ter força é ter respeito. Não é assim que se conquista o amor e o respeito, mas de uma forma meio quadrada isso é meio automático na vida da gente. Ganhar no grito, ir derrubando tudo para conquistar, mas isso é tão pequeno. Tão pequeno que não conseguimos ver o quão mesquinho também é.
Sei que esse email, essa mensagem não vai mudar minha vida, mudanças não são imediatas, são construídas, como tudo na vida, acredito na construção, mas se eu sou capaz de parar e refletir isso já é um bom sinal. Sei também que as mudanças são novos hábitos que devem ser cultivados, seguidos, repetidos e incorporados... e que realmente, toda vez que eu quiser ter razão em tudo, sem levar em consideração o debate, a opinião alheia, corro o risco de gastar minha energia em algo ruim e continuar cultivando essa negatividade presente na disputa, na concorrência.
Aprender a aprender...

sábado, 6 de fevereiro de 2010

O professor está sempre errado


Uau, complicado demais nossa relação com a educação, algumas das nossas referências na vida são professores, bons ou ruins, claro, porque os bons nos inspiram e os ruins, nos inspiram a não ser como eles, rs. Mas a crônica abaixo é bem interessante... "O professor está sempre errado."

"O material escolar mais barato que existe na praça é o professor!
É jovem, não tem experiência.
É velho, está superado..
Não tem automóvel, é um pobre coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia'.
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um 'caxias'.
Precisa faltar, é um 'turista'.
Conversa com os outros professores, está 'malhando' os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó do aluno.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um chato..
Chama a atenção, é um grosso.
Não chama a atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a 'língua' do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, deu 'mole'.
É o professor está sempre errado, mas, se conseguiu ler até aqui, agradeça a ele."

(Autor - Jô Soares)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A Praga - Rubem Alves

Puxa vida, eu adoro Rubem Alves, já dei vários livros dele para minha mãe e sinceramente, gosto dele porque em seus livros é como se batesse um papo com a gente, uma relação de encontro e reflexão. Encontrei essa crônica dele, muito bacana... sabe eu sou divorciada... e sei que ... a deixa pra lá... mas é legal refletir em como os símbolos atrapalham a vida e contrato social ;)



"É BOM atentar para o que o papa diz. Porta-voz de Deus na Terra, ele só pensa pensamentos divinos. Nós, homens tolos, gastamos o tempo pensando sobre coisas sem importância tais como o efeito estufa e a possibilidade do fim do mundo. O papa vai direto ao que é essencial: “O segundo casamento é uma praga!”Está certo. O casamento não pertence à ordem abençoada do paraíso. No paraíso não havia casamento. Na Bíblia não há indicação de que as relações amorosas entre Adão e Eva tenham sido precedidas pelo cerimonial a que hoje se dá o nome de casamento: o Criador, celebrante, Adão e Eva nus, de pé, diante de uma assembléia de animais, tudo terminando com as palavras sacramentais: “E eu, Jeová, vos declaro marido e mulher. Aquilo que eu ajuntei os homens não podem separar…”Os casamentos, o primeiro, o segundo, o terceiro, pertencem à ordem maldita, caída, praguejada, pós-paraíso. Nessa ordem não se pode confiar no amor. Por isso se inventou o casamento, esse contrato de prestação de serviços entre marido e mulher, testemunhado por padrinhos, cuja função é, no caso de algum dos cônjuges não cumprir o contrato, obrigá-lo a cumpri-lo.

Foi um padre que me ensinou isso. Ele celebrava o casamento. E foi isso que ele disse aos noivos: “O que vos une não é o amor. O que vos une é o contrato”. Aprendi então que o casamento não é uma celebração do amor. É o estabelecimento de direitos e deveres. Até as relações sexuais são obrigações a ser cumpridas.Agora imaginem um homem e uma mulher que muito se amam: são ternos, amigos, fazem amor, geram filhos. Mas, segundo a igreja, estão em estado de pecado: falta ao relacionamento o selo eclesiástico legitimador. Ele, divorciado da antiga esposa, não pode se casar de novo porque a igreja proíbe a praga do segundo casamento. Aí os dois, já no fim da vida, são obrigados a se separar para participar da eucaristia: cada um para um lado, adeus aos gestos de ternura… Agora está tudo nos conformes. Porque Deus não enxerga o amor. Ele só vê o selo eclesial.O papa está certo. O segundo casamento é uma praga. Eu, como já disse, acho que todos são uma praga, por não ser da ordem paradisíaca, mas da maldição. O símbolo dessa maldição está na palavra “conjugal”: do latim, “com”= junto e “jugus”= canga. Canga, aquela peça pesada de madeira que une dois bois. Eles não querem estar juntos. Mas a canga os obriga, sob pena do ferrão…Por que o segundo casamento é uma praga? Porque, para havê-lo, é preciso que o primeiro seja anulado pelo divórcio. Mas, se a igreja admitir a anulação do primeiro casamento, terá de admitir também que o sacramento que o realizou não é aquilo que ela afirma ser: um ato realizado pelo próprio Deus.

Permitir o divórcio equivale a dizer: o sacramento é uma balela. Donde, a igreja é uma balela… Com o divórcio ela seria rebaixada do seu lugar infalível e passaria a ser apenas uma instituição falível entre outras. A igreja não admite o divórcio não é por amor à família. É para manter-se divina…A igreja, sábia, tratou de livrar seus funcionários da maldição do amor. Proibiu-os de se casarem. Livres da maldição do casamento, os sacerdotes têm a suprema felicidade de noites de solidão, sem conversas, sem abraços e nem beijos. Estão livres da praga…"

A Praga - Rubem Alves