segunda-feira, 8 de março de 2010

Educação e esperança: opostos?

Eu fico impressionada com a relação existente entre a escola e o seu público. Fantástico como a estrutura escolar é contra seu maior objetivo, os alunos.
A secretaria das escolas são um local limpo e claro, cheio de plantas e tem até papel higiênico no banheiro dos professores, sabonete e as torneiras e descargas funcionam, que maravilha. No local destinado aos alunos o ambiente é ríspido, sujo, escuro, pichado, melancólico, lembrando solidão, desespero. Nos banheiros, quando funcionam, não há sombra de papel higiêncio e sabonete, mesmo que a verba pública seja também para manter essa estrutura, sempre há os banheiros entupidos, as torneiras quebradas e os bebedouros (quando não quebrados) com água quente da torneira.
Daí eu como educadora, me pergunto e me revolto, como os alunos podem gostar e valorizar um local como este? Como alguém pode querer permanecer dentro das grades e sirenes ameaçadoras, que mais lembram uma prisão e determinam sua frustração?
A escola virou lugar de descaso, descaso de todas as partes envolvidas, salvo alguns raríssimos casos perdidos que levam a educação a sério. A sociedade, o governo, os professores, os funcionários, os alunos, todos tratam a escola como algo inferior, sem valor... Pobres criaturas que esperam que a salvação venha por milagres religiosos. O milagre é a possibilidade diária de transformação, de ampliar os caminhos e mudanças na maneira de agir e pensar.
Não há outro caminho com o poder transformador como o da educação, como o do conhecimento, como o da informação transformado em sabedoria, disseminado com a força da esperança de participar!
Existe solução, mesmo que o caminho seja trilhado de maneira dolorosa, sempre há uma maneira, como diz Gabriel o Pensador: "pra quem sabe olhar pra trás, nenhuma rua é sem saída..."

;)

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